Há vinte anos, a dançar numa discoteca, Ana descobrira que estava apaixonada pela primeira vez. Ele era alto, espadaúdo, loiro, de olhos verdes e falava uma língua esquisita. Ana nunca antes sentira aquele calor que devora entranhas, que sobe ao pescoço, que faz com que muita gente cometa erros.
Agora, vinte anos depois, Ana olha para um cadáver esverdeado, fedorento. Se soubesse que o rapaz nórdico a trairia tantas vezes, nunca se teria amarrado a ele e, por conseguinte, nunca lhe teria enfiado três balas na testa.