O normal é as pessoas irem mudando ao longo do tempo. Só o tempo é capaz de trazer sabedoria à carne. Só o cansaço consegue fazer adormecer a ignorância. O normal é as pessoas olharem para o passado com a sensação de que o presente é algo diferente, de que o amanhã é o contrário do ontem. Acontece que nem toda a gente pertence a este vastíssimo reino da normalidade.
Um homem, Adam, tinha uma vida exterior igual a tantas outras: era casado com uma mulher que o realizava em quase todos os domínios à excepção do sexual, tinha dois filhos, recebia um bom ordenado no emprego (era advogado). A vida interior de Adam também não diferia muito da de muitos milhares de milhões de vidas: recheava-se de conflitos, de angústias, de sofrimentos, de temores, de perversidades. Havia, no entanto, algo que o tornava diferente: Adam acreditava piamente que era o filho de Deus. Jesus, esse mesmo. Embora nunca tivesse confessado a ninguém a sua «verdadeira» identidade, Adam não se esquecia nunca do seu verdadeiro nome: Jesus.
Este homem não era dotado de um verdadeiro sentido de mudança, uma vez que não poderia ser transformado através de palavras ou de acções de outros homens. Nada do que lhe dissessem o poderia fazer deixar de acreditar na sua identidade escondida. Logo, Adam, ou Jesus, foi sempre imune a alterações. O tempo foi-o habituando a permanecer imutável. Só o corpo exterior foi mudando, envelhecendo, apodrecendo, morrendo.
«Por que és tão prepotente, caríssimo rapaz?»
«Sou o legítimo herdeiro dos Céus.»
A mudança, aquela que não tem que ver com ciência mas com valores, palavras, ideias, costumes, só pode entrar na mente de quem dialoga, de quem ouve. Quem não escuta, quem não aprende, não muda e, por conseguinte, não avança.
«Deus dá e tira tudo.»
«Inclusive a lucidez.»
Um homem, Adam, tinha uma vida exterior igual a tantas outras: era casado com uma mulher que o realizava em quase todos os domínios à excepção do sexual, tinha dois filhos, recebia um bom ordenado no emprego (era advogado). A vida interior de Adam também não diferia muito da de muitos milhares de milhões de vidas: recheava-se de conflitos, de angústias, de sofrimentos, de temores, de perversidades. Havia, no entanto, algo que o tornava diferente: Adam acreditava piamente que era o filho de Deus. Jesus, esse mesmo. Embora nunca tivesse confessado a ninguém a sua «verdadeira» identidade, Adam não se esquecia nunca do seu verdadeiro nome: Jesus.
Este homem não era dotado de um verdadeiro sentido de mudança, uma vez que não poderia ser transformado através de palavras ou de acções de outros homens. Nada do que lhe dissessem o poderia fazer deixar de acreditar na sua identidade escondida. Logo, Adam, ou Jesus, foi sempre imune a alterações. O tempo foi-o habituando a permanecer imutável. Só o corpo exterior foi mudando, envelhecendo, apodrecendo, morrendo.
«Por que és tão prepotente, caríssimo rapaz?»
«Sou o legítimo herdeiro dos Céus.»
A mudança, aquela que não tem que ver com ciência mas com valores, palavras, ideias, costumes, só pode entrar na mente de quem dialoga, de quem ouve. Quem não escuta, quem não aprende, não muda e, por conseguinte, não avança.
«Deus dá e tira tudo.»
«Inclusive a lucidez.»