quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dark End Of The Street

Tenho feito os possíveis para te apagar. Não pensar em ti, nunca mais me lembrar de que existes. Fugir de ti nos sonhos. Desaparece, foge de mim, sonho dos tempos remotos. A felicidade acabou. Invento mil trabalhos para te apagar. Passo a borracha por cima dos teus braços. Furo a nuvem com a agulha. Escorraço-te aos poucos. Não quero sentir o teu cheiro. O passado não volta. Foi ontem. Amanhã será passado. O prazo esgota-se. Sinto a tua falta. Sempre que penso na felicidade, lembro-me de ti. Quero esquecer. Se não posso estar contigo, quero esquecer-te. Tenho dificuldades em encaixar a tua invisibilidade, principalmente, por estares mais presente agora do que antes. Concentro-me. Aperto os pulsos. Apago-te. Respeita-me: não me voltes a aparecer quando estiver a dormir. As tuas aparições cansam-me, causam-me prejuízos irreparáveis. Deixas-me doente. Admito, foi fantástico. Épico. Atenta nisto: quanto mais penso em ti, mais sofro. E quanto mais sofro, mais tenho tendência para querer morrer. As luzes da rua. A cidade à noite. Tu no meu ouvido, sempre tu no meu ouvido: aproveita enquanto dura. Fraquejo. Encolhe-se-me o estômago. Decepção. Desligar a bomba. Cortar o fio vermelho ou o azul? A decisão errada. Explosão. Eu fragmentado numa época que só em mim ainda existe.