Ontem, enquanto assistia ao concerto da Roda de Choro de Lisboa, no jardim da Estrela, fui atacado por um sujeito que rondava os trinta anos, obeso até não poder mais, fumador de haxixe assumido, trajando à Aladino. Atacado é exagero. Mas queria assistir ao espectáculo e o sujeito não deixava de bailar à minha frente. Tentando evadir-me de uma realidade cruel, abri O Som e a Fúria na página duzentos e um e desatei a ler. Durante o tempo que ali fiquei, resisti estoicamente a um cheiro a sovaco apodrecido.