domingo, 6 de junho de 2010

Parte, quebra

Sei que gosto mais de ti do que tu de mim. Nunca me incomodei com isso, mas sei-o desde o início. É a minha paciência que sustenta a relação. A minha voz enjoa-te, não te atraio, evitas-me. Pode ser exagero, que seja, do aborrecimento não passo. Vivemos juntos e sei que poderias viver com outra qualquer pessoa, que seria parecido. Desde que mantivesses o teu pequeno espaço ou que tivesses comida, poderias abdicar de mim. Não te peço amor, que isso não se fabrica com trabalho. A tua afeição chegava-me, mas deixou de haver afeição. Queres partir? As portas estão abertas, apanha o primeiro táxi e desaparece. Não quero reconquistar-te. Não tens esse tempo. Nem sei bem o que tens de fazer para que as coisas voltem a funcionar, para que nos consigamos relacionar mesmo sendo eu quem carrega o enternecimento. Há algo que podes fazer. Sair-me da frente.