quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Duque de Loulé
Em Fontes Pereira de Melo, de Maria Filomena Mónica, descobre-se que o chefe da Regeneração tinha uma grande vocação para o canto lírico e que, no final da sua carreira política, descobriu uma inspiração humanista que o levou a entregar-se ao romance. Infelizmente, ao contrário dos grandes escritores clássicos, Fontes não fez calhamaços. Escreveu um livrinho de cinquenta páginas. Mas o que me leva a pegar na biografia do homem não tem que ver, propriamente, com a sua figura. Tem que ver com a incompetência generalizada dos fazedores de política do Portugal do século XIX. Vejamos o que nos afirma Filomena Mónica acerca do esbelto duque de Loulé.
Nuno Rolim de Moura Barreto, 9º conde de Vale dos Reis, 2º marquês e 1º duque de Loulé (1804-75). Considerado um dos homens mais bonitos da Europa, era também um dos mais preguiçosos. Foi forçado a casar com a Infanta Ana de Jesus, filha do rei D. João VI, que engravidara e de quem se separaria. Foi um dos cheges da «Patuleia», em 1846-7. Mais tarde, liderou a facção que se opunha aos Regeneradores. Os seus governos, apoiados por alas extremistas do espectro político, foram previsivelmente inoperantes.