Não havendo no nosso país uma Rossellini, uma Bellucci, uma Portman, a tarefa de encontrar uma mulher que me pareça bela, inteligente e sensual, torna-se quase impossível. Portugal não tem tradição na criação de musas eternas. Não há uma ninfa que me tenha ficado na cabeça. Não vejo ninguém na televisão que me dê vontade de pedir em casamento. Não sinto vontade de me humilhar por ninguém. Adelaide de Sousa parece-me uma escolha razoável. Admito, no entanto, que passei anos a subvalorizá-la. Tudo por causa de um amigo idiota de secundário que, um dia, me disse: é baixinha. Cresci a pensar que a pobre Adelaide, apesar de ser perfeita em tudo o que os meus olhos viam, era baixa. Erro meu. O Bruno lança a hipótese Helena Coelho (e Sofia Cerveira). Ora, o meu amigo deve andar esquecido. Pois. Só com uma grande falta de memória é que um homem que vê mulheres supostamente de elite, escolhe uma dama que, não apenas namorou com Marco Ferreira (jogador da bola), como também teve um filho dele. Não dá. Assim sendo, e não vislumbrando um mínimo de classe no corpo das mulheres portuguesas que me agradam, escolho uma que me faz lembrar uma selvagem do Amazonas, uma louca do sexo. São José Correia.