O murro acerta em cheio no rosto do pugilista, deixando-o colado ao tapete. O pugilista não se levanta. Prefere ficar deitado à espera que lhe venham dizer: perdeste. Não se trata de desistir mas de lutar muito contra uma força muito superior à nossa. Compreenda-se que esmurrar uma rocha só traz dores a quem esmurra. O pugilista está à beira da derrota, ainda tem vários segundos para se levantar, mas não se moverá. «Dá-me mais um murro.» O pugilista acredita que, se levar mais uma pancada, ficará inconsciente e, por conseguinte, impossibilitado de pensar que ainda se poderia levantar caso tivesse forças. O sono apaga a vergonha.