terça-feira, 30 de outubro de 2007
Bom companheiro
De há uns tempos para cá que fiz do Advil o meu melhor companheiro. Mal sinto uma pequena pontada, engulo um pequeno comprimido laranja. Verdade seja dita: estou sempre a sentir pequenas dores em todo o lado. Acordo com cefaleias, seja por não ter ingerido a dose de cafeína do dia anterior, seja por não ter dormido convincentemente. Acordo com dores no pescoço, nas costas. Se o tempo muda, desfalecem-me os joelhos. Se dia houver em que acorde perfeitamente são, logo trato de inventar uma pequena dor. Uma dor que, aos poucos, vai aumentando, aumentando, até se tornar insuportável. A cabeça inventa dessas coisas. E torna-me no epicentro da nevralgia humana. Na melhor das hipóteses, acordo e adormeço com uma dose de 200 mg. Na pior situação, adormeço com 600 mg no bucho. Apelidem-me de hipocondríac0, apelidem-me do que quiserem. Sou viciado em Advil e temo bem que, tão cedo, não deixe de ser.