Enquanto digeria o marxismo alentejano de Fernando Namora, bati três vezes com a testa numa das mesas da biblioteca da Faculdade de Letras de Lisboa. Depois, apareceu-me um segurança a dizer que «ali» não eram locais para poucas vergonhas e eu disse: «Senhor segurança, estou a fazer um estudo.» Ao que o homem me respondeu: «Precisamente.»
Bem, aqui fica um excerto desta tarde bravia:
«Operário que a manhã despertou no sono necessário,
mão que ficaste nua ao bater na porta fechada,
caminheiro de que a estrada deserta aceitou o cansaço,
mulher de corpo usado e alma desflorada,
todos a quem negaram o pão,
todos a quem negaram amor,